TEMPO II



A vida não dá certeza
Pois tudo se movimenta
Cada dia representa
A chance de uma surpresa
Até mesmo a natureza
Se altera a cada segundo
O tempo é ventre fecundo
Aonde tudo é gerado
Se o tempo fosse parado
Nada existia no mundo

Ninguém sabe o que será
Do tempo futuramente
Mas o tempo do presente
Tudo tem e tudo dá
O que tem no tempo está
Em um caderno anotado
Tudo o que o tempo tem dado
De tempo em tempo se soma
Que o tempo com tempo toma
Tudo o que deu no passado

O tempo não tem feição
Não tem cheiro, não tem cor
Não tem som, não tem sabor
Voa sem ser avião
Rouba mas não é ladrão
Carrega tudo o que cria
Tempo é vento que assovia
Que passa e faz pirueta
E o vivente é borboleta
Levanta na ventania

Vejo o tempo que passou
Montando o tempo que passa
E já respirando a fumaça
Do tempo que não chegou
Que o tempo me atropelou
No meio de uma avenida
Estou na porta de saída
Vendo o portão de chegada
Depois de muita rodada
Na bolandeira da vida.

(SIBA)

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