Devaneios Sinestésicos

Foto: Paula Martins


Um gosto de céu na boca
veio plantar nos olhos
do verde sereno sentido na pele

Ouvindo a tristeza indo embora
cheirando a saudade
invadir o céu da boca

As mãos procuram o amor do calor
os pés sentem a alegria
da terra orvalhada

A mata fecha seus olhos
no escuro da noite
respirando sonhos amarelos

O mar jorra seu temor ao vento
quebrando suas asas vermelhas
no crepúsculo alaranjado

não chora, não ri, não fala
apenas apavora ao colorido da noite.

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