Incólume


Almas descosturadas
por um fio de navalha
carne que sangra segredos
mantidos em cárceres
públicos e pudicos
vermelhos e negros
incensos profanos
de desagravos e despudores
ameaças fabricadas
a liberdades natas
correm selvagens lobas
em meus cabelos embrenhados
nas águas clarificantes
do imenso universo
que imunda labirintos
que se fazem desfazem
e derramo minhas entranhas
em sagraturas incólumes
desejos puros de ser
impunemente mulher.

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