MULHER COM MAIS DE TRINTA
Agora sou louca desvairada
Com coração de pedra
Até que a fúria de um vendaval
Ou a força de uma enxurrada
Destrua a rocha e deixe
Estilhaços em meu corpo
Meu coração está fechado para balanço
Mas está de portas abertas para
Montanha russa e tobogã em precipícios
Já sou mulher com mais de trinta
Cansada de brincar de meu benzinho
E ursinhos de pelúcia.
Quero rosas vermelhas com espinho
Mesmo que eles encravem em minha pele
E eu os arranque com meus dentes
Encharcando meus olhos de vermelho sangue
Porra! quero viver, deixem-me
Será que posso ao menos
Pisar no solo sujo da vida
sem tapetes vermelhos
Sentindo seus conselhos inúteis na pele
E pelos meus poros derreter verdades?
Não me protejam, quero correr os riscos
Demasiados humanos, qual o problema?
Deixem meu coração sangrar paixões sem fim
Já se foi há tempos a infância de minha alma
E da adolescência de meus desejos e amores
Restam-me indeléveis lembranças
De ridículos príncipes em cavalo branco.
E que me sobre ainda a solidão
de uma Eurípides inteira
Escalando o precipício
Com Orpheu na contramão.
(Poesia publicada no e-zine Palavra Porrada do mês de Dezembro: http://palavraporrada.blogspot.com/ )
Com coração de pedra
Até que a fúria de um vendaval
Ou a força de uma enxurrada
Destrua a rocha e deixe
Estilhaços em meu corpo
Meu coração está fechado para balanço
Mas está de portas abertas para
Montanha russa e tobogã em precipícios
Já sou mulher com mais de trinta
Cansada de brincar de meu benzinho
E ursinhos de pelúcia.
Quero rosas vermelhas com espinho
Mesmo que eles encravem em minha pele
E eu os arranque com meus dentes
Encharcando meus olhos de vermelho sangue
Porra! quero viver, deixem-me
Será que posso ao menos
Pisar no solo sujo da vida
sem tapetes vermelhos
Sentindo seus conselhos inúteis na pele
E pelos meus poros derreter verdades?
Não me protejam, quero correr os riscos
Demasiados humanos, qual o problema?
Deixem meu coração sangrar paixões sem fim
Já se foi há tempos a infância de minha alma
E da adolescência de meus desejos e amores
Restam-me indeléveis lembranças
De ridículos príncipes em cavalo branco.
E que me sobre ainda a solidão
de uma Eurípides inteira
Escalando o precipício
Com Orpheu na contramão.
(Poesia publicada no e-zine Palavra Porrada do mês de Dezembro: http://palavraporrada.blogspot.com/ )