Irreal

Da realidade to exausta
fui real até demais
fantasia encarcerada
desabafo e desafogo
viver o fim
o recomeço e o meio
me escassa o real
livre ventre fecundo
coração exonerado
choro exagerado
estraga o decoro
rio corre sem pressa
e não mais abafa o grito
alma nua é assim
do choro ao riso
em segundos
do riso ao choro
sem decoro
sem rima e sem sossego
sem tempo pra meio-termo
nem meias palavras
sorrindo com a mesma
intensidade do choro rasgado
apressado pra sorrir
sentimental eu sou
e foda-se quem não gostar
ainda bem que aprendi
que sou humana.

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