A morte (ou aviso aos amigos/navegantes)

Aquela Paula que vocês conheceram, não existe mais, matei, enterrei. O velório já foi e eu não contei para ninguém. To nascendo de novo, parto difícil, mas, mais natural impossível. Parto daqueles que você dispensa qualquer anestesia (embora todos teimem e as vezes até você mesma, em te sedar).
E quem não gostar, por favor, não me impeça essa morte, é preciso sempre morrer quando a vida pede pra nascer de novo.
Já tive várias dessas 'mortes', mas sempre esqueço de me enterrar. Talvez nunca tenha morrido, a vida verdadeira é que não tinha sido encontrada, ou aceita, como se eu fosse uma lagarta que quisesse sair do casulo mas tivesse medo de virar borboleta, de sair do conforto la de dentro, para a liberdade do ar e das flores.
Claro que não dá pra matar tudo por dentro, tudo aquilo que é essência fica, tudo aquilo que não serve mais, que não cabe mais, joguei fora, sem dó, porque foi justamente isso que me impediu de morrer até hoje, como aquela roupa velha que não serve mais porque a alma engordou, cresceu, e aquilo a deixou lá apertadinha, encolhida, para caber naquilo que não cabe mais.
Continuarei chorando quando preciso for, e se a lágrima pedir, ela cairá, sem medo, mas quero sorrisos brotando após o choro, como se a lágrima fertilizasse a alma e dela brotasse flores viçosas e perfumadas, nos lábios vermelhos de choro. E depois, então, sentir borboletas batendo asas no meu peito, e perfumando meus pulmões e o ar que dele sair, e o sol brilhando no meu olhar.
Isso tudo quer dizer se amar demais, e 'quando a gente ama brilha mais que o sol', e os olhos de quem está se amando por inteiro, brilham lá de dentro, lá direto da alma.
E como é bom, sentir a alma latejando estrelas de paixão por si, sentir a alma levitando como coração dos apaixonados, simplesmente por estar apaixonado por si mesma.
Por isso agora, sorrirei o mais que possível, bem mais que chorar, e quero deixar o rio correr dentro do mar de mim.
E pode ser que ainda morra um pouquinho mais, porque sempre sobra um retalho daquela roupa que não nos cabe mais.

PS: e por isso é que meus dois blogs, o 'Em construção'(de literatura e artes) e o 'poesia do movimento'(de dança), agora se transformam em um só, com novo nome, porque agora, mais do que nunca, a minha Alma, está completamente Nua.

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